::: Compartilhar :::: filme - Braddock 2

Originalmente, BRADDOCK 2 - O INÍCIO DA MISSÃO foi concebido para ser a primeira aventura do herói interpretado por Chuck Norris, enquanto o primeiro filme, BRADDOCK - O SUPER COMANDO, que conta uma história cronologicamente posterior, seria a continuação. Os dois filmes foram produzidos simultaneamente pela Cannon Pictures, sendo O SUPER COMANDO rodado nas Filipinas e O INÍCIO DA MISSÃO no México. Quando viram o resultado dos filmes, os produtores resolveram alterar a ordem, lançando o que seria a Parte 2 como o primeiro filme, em 1984, e o que seria a Parte 1 como “prequel” no ano seguinte, 1985. O motivo? Talvez eles tenham percebido que BRADDOCK 2 - O INÍCIO DA MISSÃO é ruim demais! Mesmo assim, é mais divertido que O SUPER COMANDO, principalmente porque é mais exagerado, violento e movimentado que seu antecessor. Esqueça aquelas cenas “mortas” de investigação e politicagens existentes no original; este aqui é pauleira pura do início ao fim!

Na verdade, o roteiro só existe para contar como começou o ódio assassino que o coronel americano James Braddock (Norris) tem pelo vietcongues - ou, quem sabe, pelos comunistas em geral. No caso, a história começa no Vietnã em 1972, com Norris de cara limpa, ostentando apenas um bigodinho, e embarcando num helicóptero para uma missão de rotina. Só que o pelotão vai parar no meio do fogo cruzado entre americanos e vietcongues, e ainda que Braddock metralhe sozinho mais da metade dos inimigos, o helicóptero acaba avariado e cai. Neste momento, enquanto os soldados sobreviventes vão se atirando da aeronave descontrolada para um lago próximo, a imagem de cada um é congelada e entra seu nome completo, sua patente no exército e um enorme carimbo vermelho que diz: “Missing in Action”, ou seja, “Desaparecido em Missão”, termo que vem a ser o nome original do filme.

Num corte rápido, o espectador é levado até um campo de prisioneiros no coração da selva. Não se sabe quanto tempo passou, mas a Guerra do Vietnã terminou e Ronald Reagan já é o presidente americano. Inclusive são usadas cenas reais de um discurso de Reagan prometendo que nenhum prisioneiro de guerra seria abandonado no país oriental.

Então, ironicamente, vemos os soldados “desaparecidos em ação” do começo do filme transformados em farrapos humanos, barbados e acabados devido aos trabalhos forçados do campo, que é comandado com mão de ferro pelo coronel Yin (Soon-Tek Oh). O sádico militar trata os soldados americanos como lixo e inicia uma ciranda de tortura, morte e humilhação tentando forçar Braddock a assinar uma confissão de que teria sido responsável por diversos crimes de guerra no país - por este motivo ele é mal-recebido de volta ao Vietnã no primeiro filme. Como o herói se recusa a assinar, seus amigos comem o pão que o diabo amassou.

Infelizmente, o roteiro é falho e insosso. Tudo que sabemos sobre os soldados companheiros de Braddock é informado em alguns segundos e logo nada mais se fala sobre os personagens. O único “melhor trabalhado” é Mazilli (Cosie Costa), que quer voltar para casa e ver o filho nascido enquanto ele estava preso; ele tem uma galinha de estimação que, claro, será alvo do sádico comandante da prisão, numa das cenas fortes do filme. Sobre os outros personagens secundários, pouco é informado. Um deles, o capitão David Nester (Steven Williams, o “X” do seriado ARQUIVO X), passou para o lado dos inimigos e ajuda o sádico Yin a controlar o campo. Também do lado dos malvados está Lao (Professor Toru Tanaka, o Subzero de O SOBREVIVENTE, que morreu em 2000), que adora dar uns sopapos nos ianques.

Claro que a rotina de trabalhos forçados desagrada aos soldados, e alguns tentam fugir. Mas o único meio de fuga, aparentemente, é uma ponte de corda vigiada por soldados com lança-chamas. Bem, eu não recomendaria usar um lança-chamas num negócio feito de materiais altamente inflamáveis, como é o caso de uma ponte de corda e madeira. Mesmo assim, os soldados vietcongues fazem isso... E quem irá questioná-los? Afinal, eles ganharam a guerra!

Durante a primeira uma hora, o filme é preenchido por agressões, rápidas brigas e tortura física e psicológica. Num dos momentos mais fortes, Braddock é amarrado de cabeça pra baixo e cobrem sua cabeça com um saco contendo uma enorme ratazana. Ela guincha, ele grita, e sangue começa a aparecer nas laterais do saco. Quando este é desamarrado, revela que na verdade foi o herói que matou a ratazana a dentadas! Todas estas torturas, claro, são apenas para aumentar a raiva do herói e do próprio espectador, que lá pelas tantas sente vontade de saltar na TV e estrangular ele mesmo o grande vilão Yin. Até que, quando Yin começa a pegar mais pesado, inclusive queimando vivo um dos amigos de Braddock, o herói resolve finalmente agir, transformando-se num exército de um homem só e dizimando todo o campo de prisioneiros, até o combate final com seu arquiinimigo, onde os dois abandonam as armas para sair no braço - o grande momento do filme. Neste ponto, entra a dúvida: porque Braddock agüentou anos de agressões, humilhações, longe da família e viu seus amigos serem mortos se poderia muito bem ter escapado da forma que escapou muito antes????

Ainda que movimentado na meia hora final, repleta de tiroteios e explosões, BRADDOCK 2 - O INÍCIO DA MISSÃO é bem ruim, e a grande culpa recai sobre os ombros do diretor de primeira viagem, Lance Hool (que ajudou a escrever BRADDOCK - O SUPER COMANDO). Acontece que, para começo de conversa, Hool é produtor, não diretor, e se percebe que o cara está completamente perdido ao filmar. Principalmente as cenas de ação. Além disso, ele estica demais algumas cenas desnecessárias. Não que o roteiro ajude: Norris é desperdiçado durante os 40 minutos iniciais, quando não fala nada, não luta, não mata ninguém, apenas fica com aquela cara de cachorro raivoso, agüentando as humilhações e agressões dos seus colegas. Há tão pouco espaço para o herói se expressar que qualquer outro ator poderia fazer o papel – praticamente sem falas! Chuck nem ao menos faz suas piadinhas costumeiras antes de matar ou quebrar o braço de algum vietcongue!

O roteiro ainda tem todo tipo de furo, inclusive uma subtrama envolvendo tráfico de ópio (que é abandonada dois minutos depois de mencionada) e um fotógrafo que aparece sozinho no campo para tentar libertar os prisioneiros, talvez esquecendo que eles são vigiados por um exército fortemente armado (dãããã!!!!). Isso sem contar as mancadas “espaço-temporais”. Por exemplo, no início, presume-se que os prisioneiros americanos estão no campo há um bom tempo. Mesmo assim, o coronel Yin aparece, se apresenta e avisa os prisioneiros sobre as armadilhas ao redor do local e para o destino de quem tentar fugir – como se eles já não soubessem!!!

Mesmo sendo um filme ruim, BRADDOCK 2 é tão exagerado que pelo menos merece uma olhada. O vilão é tão malvado e os heróis sofrem tanto que o espectador acaba até rindo da forma como o roteiro força a barra. Além disso, é extremamente racista, novamente mostrando os vietcongues como sádicos insaciáveis que adoram torturar violentamente os "pobres" soldados americanos. Isso faz com que a luta final seja particularmente simbólica, onde Braddock descarrega sobre Yin todas as agressões e injustiças que sofreu, - parece que os atores estão saindo na sou feioda de verdade! Isso, somado a outros exageros típicos desses filmes B, valorizam o espetáculo e garantem diversas risadas.

Felizmente, a qualidade da série melhoraria um pouquinho em BRADDOCK 3 - O RESGATE, mais uma aventura do herói no Vietnã, já que, ao contrário de Rambo, ele nunca se aventurou por outras paragens. É uma pena que o governo americano não tenha enviado Braddock para a União Soviética nos tempos da Guerra Fria. Já que ele ganhou a Guerra do Vietnã sozinho, poderia muito bem resolver também este confronto.

Chuck Norris, Soon-Tech Oh, Steven Willians

País de origem: Estados Unidos
Diretor: Lance Hool
Duração: 1:36
Ano de lançamento no Brasil: 1985

Dados do Video
Sistema de Cor: ntsc
Extensao: vob
Qualidade: DvD-R
Resolução: 720x480
Formato Tela: Widescreen
FPS: 29.97-FPS
Srate: 4000
Codec Video: mpeg2

Dados do Audio
Codec Audio: ac3
Bitragem: Maior que 320kbps
Idioma Original: ingles
Tipo de audio: Ingles, francês , italiano , espanhol e húngaro.
Legendas: PT-BR , Francês , italiano ,árabe , espanhol , Búlgaro ,checo ,finlandês , e hebraico.